rumo à Antártica

Vencedoras do concurso "O Brasil na Antártica" relatam suas experiências na viagem rumo à Antártica.

com que roupa eu vou?

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Enfim, de mala pronta! Mas para escolher as roupas adequadas para aguentar o frio antártico, suei um pouco.

A Tamara havia me dado a excelente dica de procurar roupas com o tecido fleece (que, aliás, é uma delícia!) e um bom casaco corta vento. Mas aí fiquei sem saber se o fleece era para ser usado como “segunda pele” ou por cima dela. E, ao pesquisar em sites voltados para montanhistas, esquiadores e quetais, descobri que é importante se abrigar com três camadas.

A primeira camada, que fica em contato direto com a pele, tem o objetivo de reter o calor produzido pelo corpo (lembre-se que somos animais endotérmicos!), mas também precisa garantir alguma respirabilidade, ou seja, não pode impedir o extravasamento do suor (veja aqui o que pode acontecer em uma situação extrema de “barreira ao suor”). É aí que entra a chamada “segunda pele”, que deve ser uma peça com grande elasticidade, modelagem justa ao corpo e capaz de eliminar o suor da superfície da pele, transferindo-a para a parte externa do tecido. Também deve ter pouca massa, baixo volume na bagagem e secar bem rápido. O algodão ia bem até o último critério…

A segunda camada tem o objetivo principal de aquecimento e é aí que entra o fleece, uma trama sintética de poliéster, muito leve e confortável. Além de aquecer, esse tecido tem as vantagens de não reter umidade, secando rapidamente (bem diferente da lã, que esquenta bem, mas se molhar…), e de não impedir o fluxo de ar. O rendimento do fleece depende da gramatura utilizada – veja aqui.

Por fim, a terceira camada deve proteger a pessoa do vento e da chuva. Ou seja, deve ser uma peça impermeável e há diversos tipos de materiais voltados a esse fim.

As três camadas devem ser repetidas tanto acima quanto abaixo do tronco. E, em ambientes muito frios, especial cuidado deve ser tomado com as extremidades do corpo, como mãos, pés e cabeça, pois essas são as áreas que se resfriam mais rapidamente, já que o organismo se concentra em aquecer os órgãos vitais.

A tecnologia de tecidos tem avançado muito (veja um exemplo aqui), especialmente no caso dos tecidos voltados para o esporte. Assim, muitas vezes um tecido sintético vai ser uma opção melhor em termos de respirabilidade, aquecimento e proteção que um tecido feito com fibras naturais. Vale a pena pesquisar sobre isso quando for para ambientes extremos! Achei algumas boas dicas comparando os tipos de tecidos nestes dois sites:

Também que é importante usar protetor solar, protetor labial e óculos escuros, pois a neve muito branca reflete os raios solares, queimando a pele com bastante intensidade. Ufa, mala pronta!

Autor: trnahas

Tatiana Nahas é bióloga com mestrado em Neurociências e especialização em Divulgação Científica. Seu interesse é a comunicação da ciência, tanto por meio do ensino, quanto via divulgação da ciência.

4 pensamentos sobre “com que roupa eu vou?

  1. Isso para a parte externa do acampamento, certo? E com toda essa roupa, como fica na hora de fazer um xixizinho?

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  2. Tati, hoje a Tamara veio se despedir da gente aqui na Móbile e ficamos bastante comovidos. Desejo a vocês uma viagem linda e inesquecível (acho que não há como não ser). Um beijo. Wilton

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